Neste artigo vamos falar de um motor largamente utilizado por maníacos por automóveis, os V8. Vamos conhecer a história deste magnifico motor que nasceu a quase um século e ainda impressiona. Hoje, devido a alta do petróleo e as leis de controle de emissão de poluentes, estes motores somente são utilizados em grandes esportivos, em caminhões e até na aviação.
Motor Chevrolet V8
Conheçendo o motor
Basicamente falando, um motor V8 possui oito cilindros dispostos em duas bancadas de quatro cilindros, unidas pela parte de baixo, formando um "V" em 90º (daí o seu nome :D). Estes motores podem ser tanto de ciclo Otto quanto de ciclo Diesel e são utilizados em automóveis de grande porte, utilitários leves, médios e pesados, embarcações marítimas e até mesmo aeronáuticas. Como o CarroEsporte é um site de carros, vamos nos limitar a falar de sua utilização em automóveis. Pois bem, falaremos um pouco sobre esse magnífico motor que, apesar de não ser o que se pode alcançar maior potência, é muito venerado pelo mundo automobilístico, principalmente em se falando de Muscle-Cars. Nascido em 1914 nos Estados Unidos, considerado a casa deste motor, o V8 veio equipando um Cadillac L-Head. Foi um projeto complicado, praticamente feito a mão. Por seu custo elevado e dificuldade de produção, o V8 foi pouco usado até 1932, quando a Ford foi a primeira a equipar seus automóveis com motores V8 enquanto as concorrentes usavam motores de seis cilindros em linha.
Após a Segunda Guerra, ter um carro grande era sinônimo de status. Foi quando os carros com motor V8 começaram a virar moda, causando euforia na indústria automotiva. A GM em resposta a Ford criou o seu primeiro V8: um Oldsmobile Toronado 425. Logo depois veio a Chrysler com seu Hemi 331 seguido da Chevrolet e Pontiac. Então, em 1950, começara a febre dos “V8 Machines” com crescente aumento das polegadas cúbicas (usado nos EUA para medir a litragem dos motores. Aqui é usado o cm³ ou litro).
Oldsmobile Toronado V8
Existem dois tipos de blocos para motores V8: Big-block e Small-block. O primeiro é o que leva maiores litragens, em média 6 litros ou 360 polegadas cúbicas, chegando a impressionantes 8.2 litros (500 polegadas cúbicas) do Cadillac Eldorado. Um motor desse porte necessitaria de um bom espaço para alocação. Segue foto:
Grande Cadillac Eldorado
Com a crise de poluição dos anos 70, os Bigblocks acabaram sendo alvo de muitas críticas por serem considerado uma máquina poluidora e beberrona.
Os smallblocks, menos poluentes, porém com menor litragem foram muito utilizados, pois as normas anti-poluição daquela época eram mais rígidas. A litragem varia de 4.4 litros a 6 litros podendo alcançar até 6.7 litros, provando que os smallblocks tinham o mesmo potencial dos bigblocks.
Devido ao seu sucesso, os motores V8 foram adotados em vários outros paises, principalmente na Europa, casa de grandes montadoras em vários países, como Alemanha, Itália, Inglaterra, Rússia entre outros. Também chegou ao oriente, equipando grandes carros japoneses.
Os primeiros motores desse tipo tinham por volta de 200hp’s podendo chegar em 350hp a 400hp em versões apimentadas.
Motores V8 no Brasil
Em junho de 1973, a Ford lançou no Brasil o Maverick GT, em resposta ao Chevrolet Opala. Essa briga estende-se até hoje, por proprietários que possuem estes veículos restaurados e em pistas de arrancada por todo o país. Porém sua produção não passou de 1979 devido ao alto consumo de combustível e a crise do petróleo no Brasil. O Maverick possuía outras versões equipado com um motor de seis cilindros, mais falaremos somente do GT que vinha equipado com um V8 302 com 195hp e nada menos do que 4.950cm³. A divisão três da Ford (responsável pelo desenvolvimento dos motores) desenvolveu um Maverick GT encapetado. O automóvel era equipado com um 302 V8 com cabeçotes de alumínio Gurney-Weslake (utilizados no Ford GT-40), comando de válvulas especial e quatro carburadores de corpo duplo Weber 48 IDA. Especula-se que essa preparação levava os o motor aos seus 450cv de potência! Devido a isso e a facilidade de importação de peças dos Estados Unidos, casa dos V8, vários brasileiros importavam diversos componentes, tornando o Maverick um dos mais competitivos nas arrancadas pelo Brasil afora. Também não podemos deixar de falar do saudoso Dodge Charger, que segundo os caminhos do Maverick, teve vida curta pelos mesmos motivos. Sua produção foi encerrada em 1980. A Dodge no Brasil era controlada pela Daimler-Chrysler. Era fabricado na plataforma do Dodge Dart. A versão mais apimentada, conhecida como R/T (Road Track) tinha motores desde o de 335cv, o de 375cv, com um carburador de quatro barreiras Magnum e o mais potente, o 426 Hemi de 425cv.
Preparação em motores V8
Existem vários tipos de preparação para este tipo de motor, de diferentes estimativas de potência e grande variedade de peças. A grande cilindrada e pouca potência específica favorecem muito qualquer preparação, que gera resultados satisfatórios dependendo da qualidade do serviço e do dinheiro investido. Iniciamos com as mais simples, com uma troca de comando de 290º (os V8 suportam até um comando 305º sem prejudicar muito o torque), troca do carburador por um Quadrijet de 650 CFM, aumento da taxa de compressão de 7,5:1 para 9,5:1, coletor de admissão trabalhado e escape duplo dimensionado levam um Maverick dos seus 135cv a 4600 RPM até 257cv a 6350 RPM. Com dois turbos e mais algumas alterações, um V8 pode chegar até 650hp, dependendo do nível de preparação. Temos uma matéria sobre o funcionamento do turbo.
O supercharger, mais conhecido como Blower tem a mesma função do turbo, ou seja, aumentar a quantidade de ar admitido na câmara de combustão. Porem seu funcionamento é um pouco diferente. O blower é acionado através de uma correia que liga o rotor ao virabrequim enquanto o turbo utiliza os gases do escape, sendo necessário maiores adaptações para a utilização do mesmo. Outra vantagem do blower em relação ao turbo fica por conta do torque, já que o charger trabalha junto com o giro do motor, enquanto o turbo precisa de um fluxo de ar suficiente para acionar a turbina, surgindo o turbolag, muito incômodo, mais já driblado por quem possui carros turbinados. E não adianta usar turbina pequena porque a alta fica prejudicada!
Um V8 com blower tem aproximadamente a mesma potência do que um V8 com o uso de dois turbos, porém não necessita tantas alterações, fazendo com que seu custo seja menor, alem de possibilitar uma grande quantidade de upgrades. O supercharger tem bem mais tradição nesse tipo de motor e é largamente mais utilizado que o turbo.
A febre HEMIO primeiro V8 HEMI foi criado pela Chrysler no começo da década de 50. Com 180 cavalos e 5.4 litros ou 331 pol³ (conheçido HEMI 331) este motor possuía bastante força para aquela época. Esta potência foi almentando gradualmente conforme evoluía, assim como o tamanho do motor, até que em 1965, a Chrysler lançou seu HEMI de 7 litros e generosos 425cv. A partir daí, começou a febre dos motores HEMI, que se destacavam dos outros motores devido a sua câmaca de combustão com o topo esférico, fazendo com que as valvulas ficassem no cabeçote. Esta configuração o tornava um pouco mais caro do que os outros V8, porém a queima de combustível era mais eficiente, gerando mais potência com aliado ao menor consumo.
Motor V8 HEMI Magnum 5.7L com 345cv |
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
Maniaco por V8
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